Durante a sessão desta segunda-feira na Câmara Municipal de Machadinho do Oeste, Rondônia, a vereadora Ângela Posser expôs publicamente o primeiro nome da jovem que denunciou o vereador João Carlos Pereira. A fala causou repercussão imediata por quebrar o sigilo normalmente preservado em casos envolvendo crimes de natureza sexual.
Ângela relatou que, ao retornar de agenda fora do município, teve acesso às três denúncias: a protocolada na Câmara, a registrada na UNISP e a encaminhada ao Ministério Público. Segundo ela, todos os vereadores assinaram um termo de sigilo impedindo a divulgação de qualquer conteúdo dos documentos. A vereadora criticou o vazamento das informações em redes sociais e aplicativos de mensagens, afirmando que “alguém não cumpriu” o compromisso de sigilo.
Em tribuna, Ângela revelou que procurou a jovem denunciadora, que mora no mesmo prédio que ela, e conversou pessoalmente com ela. Disse que o que ouviu da jovem não corresponde ao que está nos documentos oficiais da denúncia. “Conversei com a [nome citado oralmente]. O que ela me contou não é o que está na denúncia”, afirmou.
Durante o pronunciamento, a vereadora leu trechos do conteúdo vazado da denúncia, nos quais a acusação aponta que o vereador teria tocado as pernas da servidora, segurado seu rosto com força e insistido em contato físico mesmo diante de negativas. A descrição foi lida para mostrar que a versão apresentada nos autos é mais grave do que a que teria sido relatada à vereadora diretamente.
A vereadora cobrou que a Comissão Processante da Câmara ouça a jovem de forma oficial. Afirmou estar à disposição para prestar esclarecimentos tanto à Câmara quanto ao Poder Judiciário, caso seja convocada. “Não fui eleita para condenar o inocente, nem para inocentar o culpado”, declarou.
A fala gerou repercussão por indicar possível tentativa de descredibilizar a denúncia feita contra o vereador João Carlos. A parlamentar sustentou que não está tomando partido, mas defendeu que a comissão avalie todos os elementos, incluindo o depoimento direto da jovem.
A Comissão Processante, instaurada em abril, ainda não decidiu se ouvirá formalmente a denunciante. O vereador João Carlos também se pronunciou na sessão, admitindo que tocou no joelho da servidora, mas negou ter cometido qualquer crime, alegando que houve uma interpretação equivocada da situação.
Embora vereadores tenham imunidade por falas em plenário, a divulgação do nome da denunciante pode configurar exposição indevida da vítima, principalmente em município de pequeno porte, onde apenas o primeiro nome pode ser suficiente para identificá-la. O MachadinhoNews opta por não reproduzir esse nome, respeitando os princípios legais e a ética jornalística.
WhatsApp MachadinhoNews 69992245136. Adicione nas redes sociais: Facebook, Instagram e TikTok @machadinhonews.
Mín. 19° Máx. 34°